segunda-feira, 31 de maio de 2010

Polícia busca corpo de grávida no rio

Um crime violento chocou a cidade de Parauapebas, a 700 km de Belém, no Pará. Após 20 dias do desaparecimento da grávida Ana Karina Matos Guimarães, o ex-companheiro dela confessou o assassinato e disse que colocou o corpo dentro de um tambor de 200 l cheio de pedras e o jogou em um rio da região. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros fazem buscas, na manhã desta segunda-feira, pelo corpo da jovem, que tinha 29 anos e estava grávida de nove meses.

De acordo com a polícia, três pessoas estão presas acusadas de envolvimento no crime. O ex-companheiro da vítima, o pecuarista Alessandro Camilo de Lima, última pessoa que foi vista com Ana Karina, preso logo após o seu desaparecimento, confessou o crime somente na noite de ontem, em depoimento à polícia. "Ele confessou que o crime foi premeditado e que para isso contou com a ajuda de dois homens, na ocultação do cadáver", disse o delegado da Polícia Civil André Albuquerque, que preside o inquérito sobre o caso.

A justificativa para o crime, segundo informou a polícia, teria sido as pressões que o acusado diz ter sofrido por parte da vítima. "Ele disse que não aguentava mais a pressão e resolveu planejar sua morte", afirmou o polícial. Ana Karina estava grávida de Alessandro, mas ele já estava noivo de outra mulher.

Ainda segundo o policial, também estão presos dois cúmplices conhecidos pelos apelidos de "Minêgo" e "Magrão", este último, um pistoleiro foragido da penitenciária de Marabá, município da mesma região de onde ocorreu o crime. Foi ele quem levou a polícia ao local onde a jovem foi morta. "O Magrão nos levou até a zona rural de Parauapebas, num loteamento chamado Hamilton Ribeiro, onde encontramos cápsulas e projéteis", disse o delegado.

O policial conta ainda que a polícia já tinha informações de testemunhas do local do crime. "Moradores da área disseram ter ouvido tiros no dia do crime, mas não souberam identificar de onde vinham", afirmou Albuquerque.

No local o pistoleiro explicou à polícia como tudo aconteceu. Segundo ele, foi Alessandro quem disparou contra a grávida e os dois ajudaram a ocultar seu cadáver. "O Alessandro teria atraído a jovem até lá e contado com ajuda dos dois, que colocaram o corpo dentro de um tambor de 200 l, que foi recheado de pedras e entulhos para que ficasse pesado. Foi feito um furo na ponta e posteriormente o tambor foi jogado dentro do rio, segundo contam os acusados", disse o policial.

O rio em que o tambor teria sido jogado é o rio Itacaiúnas, que também fica na região. Diante da informação, a polícia acionou o Corpo de Bombeiros para realizar buscas na área na tentativa de localizar o corpo da jovem. "Pedimos apoio aos Bombeiros para que disponibilizassem mergulhadores e a logística para as buscas", disse.
Fonte: Notícias Terra

sábado, 29 de maio de 2010

Médico é preso acusado de estupro em Belém

O médico hondurenho Hector Saul Morel Puerto, 54 anos, foi preso pela Polícia Civil na última quinta-feira, 27 de maio. Ele é acusado dos crimes de corrupção de menores e estupro presumido - contra adolescentes menores de 14 anos de idade. Durante a prisão, Hector sentiu dores no peito, desmaiou e precisou ser socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento de Urgência e Emergência (Samu 192).

O mandado de prisão, expedido pela juiza Maria das Graças Alfaia, da Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes, foi cumprido pela Diretoria de Polícia Especializada (DPE) e Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data).

O acusado foi preso em seu consultório particular, localizado na avenida Alcindo Cacela, próximo à avenida Gentil Bittencourt, no bairro de São Bráz. Hector se intitula médico homeopata e atendia pacientes em clínica médica. Segundo a Polícia Civil, ele não apresentou documento que comprovasse a sua profissão.

Após o cumprimento do mandado, Hector foi apresentado à DPE, na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, na avenida Magalhães Barata. O delegado Neyvaldo Silva, titular da DPE, disse que no histórico policial do suspeito há o registro de duas acusações de assédio sexual feitas por duas ex-funcionarias do consultório, em 2004. O advogado de Hector, Agnaldo Corrêa, afirmou que o cliente respondeu a um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) pelas duas ocorrências naquele ano.

A delegada Socorro Maciel, diretora da Data, foi chamada para acompanhar o caso, já que o acusado foi um dos investigados pela CPI da Pedofilia, em 2008. A delegada disse ainda que ele prestou depoimento na Comissão, acusado de abusar sexualmente de crianças e adolescentes em seu consultório. Há, inclusive, denúncias de que, ao clinicar em alguns municípios do interior do Estado, como Capitão Poço, ele teria abusado sexualmente de meninas. No entanto, o processo corre sob segredo de Justiça, afirmou Socorro Maciel.

Hector não quis se pronunciar sobre o assunto. Enquanto estava na Delegacia Geral à espera de transferência para o Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), o acusado sentiu dores no peito e falta de ar. Em seguida, os policiais acionaram o Samu 192. Ele gritou de dor por duas vezes antes desmaiar. O acusado foi socorrido por uma unidade do Samu, que o encaminhou ao Hospital Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14 de Março.

Segundo o advogado, ele chegou a relatar que estava sofrendo um infarto, já que possui histórico de doença cardíaca na família. 'Ele será levado para o PSM, mas deve ser transferido a um hospital particular ao critério da família', disse Agnaldo Corrêa, advogado de defesa.

Dois policiais acompanharam o acusado até o hospital. Ele precisou de um respirador de oxigênio para ser transferido.
Fonte: O Liberal

Bebê de um mês sofre abuso sexual em Belém

Um bebê de um mês foi estuprado supostamente por um homem de 42 anos em Belém (PA). O suspeito pelo crime está foragido. A mulher dele, que também é avó da menina que sofreu o abuso sexual, disse não saber onde o marido está e afirma que ele já foi acusado por um outro caso de pedofilia em 2009. Os dois estavam casados há dez anos.
A criança estuprada foi socorrida e precisou passar por uma operação. O quadro de saúde dela é considerado estável pelo médicos. A polícia ouviu testemunhas e deve pedir a prisão preventiva do suspeito. Mas moradores da região onde o crime ocorreu, revoltados com o abuso, também procuram o homem e já o ameaçaram de linchamento.
Fonte: R7

CONSULEX - ALIENAÇÃO PARENTAL E O PAPEL DO PODER JUDICIÁRIO

Pessoas, convido a todos a lerem o meu artigo intitulado "Alienação Parental e o papel do Poder Judiciário" que será publicado na segunda-feira, 31 de maio, na Consulex.

ENTREVISTA NO PARÁ RECORD - PEDOFILIA

Pessoas, agradeço as mensagens de carinho sobre minha entrevista no Pará Record abordando sobre pedofilia. Acredito que cada um de nós possa ajudar a combater as consequências de tal prática. Denuncie: Disque 100 (o anonimato será garantido).

terça-feira, 25 de maio de 2010

FALA PARÁ - BULLYING ESCOLAR

Convido a todos para assistirem amanhã o Fala Pará na TV Record, estarei esclarecendo alguns aspectos do bullying escolar.

25 DE MAIO - DIA NACIONAL DA ADOÇÃO

Convido a todos para lerem meu artigo "Adoção: mais que um ato jurídico um ato de desejo" publicado no site da OAB/PA: http://www.oabpa.org.br/noticia.asp?id=4112

sexta-feira, 21 de maio de 2010

VISITA AO FORUM, MINISTÉRIO PÚBLICO E DELEGACIA DE SOURE

Hoje fiz visita ao Forum, MP e Delegacia de Soure representando a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente da OAB/PA. Bom trabalho ao Drs. Jackson, Renata e Maurício!

terça-feira, 18 de maio de 2010

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao sites da OAB/PA, Planeta Universitário, UFPA, Diário do Pará, Jus Brasil, entre outros, por terem divulgado minha palestra que ocorreu hoje às 14 horas no auditório da Reitoria da UFPA sobre as diferenças entre pedofilia, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes! É preciso fomentar uma maior conscientização da sociedade em geral sobre o tema, demonstrando que cada pessoa pode ajudar no combate a tais práticas.

18 DE MAIO - DIA DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Hoje, no dia de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, estive representando a OAB/PA e, juntamente com o relator da CPI da Pedofilia - Pará, deputado Jordy, fizemos a entrega ao nosso Arcebispo, Dom Alberto Taveira, do Relatório Final da CPI, concluída em 25 de fevereiro de 2010. Segundo o relatório o Pará teve mais de 100 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes nos últimos cinco anos!!! Infelizmente é uma realidade que precisa ser combatida urgentemente (e eficazmente).

LEWIS CARROLL E SUA MUSA INSPIRADORA "ALICE": ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

É praticamente impossível imaginar, como insistem alguns biógrafos, que ao se aproximar de suas amiguinhas - das quais se despedia nas cartas com ''10 milhões de beijos'' e costumava pedir cachos de cabelos de presente para beijar - Carroll estivesse apenas movido por um amor puramente espiritual. As explicações são inúmeras, como se pode ver nas anotações de Gardner, que cita várias fontes de interpretação, como a da psicanalista Phyllis Greenacre, para quem talvez Carroll tivesse um Édipo não-resolvido, sendo possível que identificasse as menininhas com a mãe. Assim, Alice seria o símbolo materno de Carroll. Afinal, a diferença de idade entre o autor e sua musa era quase a mesma que o separava de sua mãe, diz a psicanalista, assegurando que essa ''inversão da fixação edipiana é bastante comum''.


Pode ser, tudo pode ser. Na verdade, as excentricidades de Lewis Carroll, solteirão convicto, reverendo que jamais conseguiu chegar a ser pastor devido à gagueira e a uma timidez incurável, são tantas que, assim como o nonsense de sua ficção, dificultam uma conclusão definitiva. Como explica Gardner na introdução da edição comentada, a dificuldade de analisar qualquer obra cheia de fantasia é a profusão dos símbolos convidativos a inúmeras interpretações. ''Como Homero, a Bíblia e todas as outras grandes obras de fantasias, os livros de Alice prestam-se facilmente a qualquer tipo de interpretação simbólica - política, metafísica ou freudiana'', declara. Shane Leslie, por exemplo, em Lewis Carroll and the Oxford movement, encontra em Alice uma história secreta das controvérsias religiosas da Inglaterra vitoriana. O pote de geléia, diz o comentador de Alice, seria o símbolo do protestantismo. Uma referência a Guilherme de Orange - captou? E por aí seguem-se dezenas de outras interpretações tão bizarras quanto a própria obra.

Nenhuma especulação, no entanto, desperta tanta curiosidade quanto as que se referem à vida do autor e à sua relação com a ninfeta Alice. Na leitura que faz da questão, Gardner esquiva-se de apostar na tese de pedofilia, deixando a questão em aberto. ''Estava Carroll apaixonado pela Alice real? Sabemos que a sra. Liddell percebeu algo de insólito nas atitudes dele em relação à filha, tomou medidas para desencorajar-lhe as atenções e finalmente queimou todas as primeiras cartas para Alice''. Mais à frente, ele completa: ''As menininhas de Lewis Carroll talvez o atraíssem precisamente porque com elas se sentia sexualmente seguro. Havia na Inglaterra vitoriana uma tendência, que se reflete em grande parte na literatura e na arte, a idealizar a beleza e a pureza virginal das meninas. Isso sem dúvida tornou mais fácil para Carroll dar por certo que seu gosto por elas se situava num elevado plano espiritual.''

Uma das melhores páginas sobre esse conflito não está, no entanto, nesta edição comentada, mas sim na interpretação de Katie Roiphe, autora de Still she haunts me (Ela ainda me assombra), livro que romaceia a relação entre Carroll e Alice. Para Roiphe, ensaísta renomada que deu com essa história seu primeiro passo na ficção, há uma certa nobreza no autocontrole de um homem que lutou a mais árdua de todas as batalhas do mundo: seu próprio desejo. Ela diz: ''É impossível para nós contemplar um homem que se apaixonado por garotinhas sem querer colocá-lo na prisão. As sutilezas, para quem vive as paranóias do século 20, são difíceis de serem compreendidas. O amor de Carroll não era nabokoviano; era delicado, torturado e esquivo. Era uma paixão muito estranha e complicada para ser definida em uma única palavra'', escreve. Ao fim de um artigo escrito recentemente para o jornal The Guardian a respeito de Carroll, ela conclui: ''Ele tinha pensamentos, impuros, sim. O que importa, no fim, é o que ele fez deles.''

Apesar das fotografias com forte apelo erótico e das cartas melosas que escreveu para meninas como Alice (publicadas no Brasil com o título Cartas às suas amiguinhas), a veredicto final sobre o que Carroll teria feito de seu desejo ainda é um mistério. Uma coisa é certa: em meio a toda essa paranóia sobre a pedofilia, especialmente na internet, se toda essa história acontecesse hoje, é provável que um dos autores mais célebres da literatura infantil estivesse em desgraça ou mesmo preso. A malícia dos olhos do século 21 talvez não apenas tenha desfeito o fascínio pelas aventuras de uma menina perdida no país do absurdo como também tenha rompido definitivamente o véu que separa a fantasia da perversidade. Um caminho sem volta. (C.N.)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

UMA LEMBRANÇA À ARACELI - DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


Durante mais de três anos, na década de 70, pouca gente ousou abrir a gaveta do Instituto Médico-Legal de Vitória, no Espírito Santo, onde se encontrava o corpo de uma menina de nove anos incompletos. E havia motivos para isso. Além de o corpo estar barbaramente seviciado e desfigurado com ácido, se interessar pelo caso significava comprar briga com as mais poderosas famílias do estado, cujos filhos estavam sendo acusados do hediondo crime. Pelo menos duas pessoas já tinham morrido em circunstâncias misteriosas por se envolverem com o assunto.


Ainda assim, corajosos enfrentavam os poderosos exigindo justiça, tanto que o corpo permanecia insepulto na fria gaveta, como se fosse a última trincheira da resistência. O nome da menina era Araceli Cabrera Crespo e seu martírio significou tanto que o dia 18 de maio – data em que ela desapareceu da escola onde estudava para nunca mais ser vista com vida – se transformou no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Por uma dessas cruéis ironias, Jardim dos Anjos era onde ficava um casarão, na Praia de Canto, usado por um grupo de viciados de Vitória (ES) para promover orgias regadas a LSD, cocaína e álcool, nas quais muitas vítimas eram crianças – anjos do sexo feminino. Entre a turma de toxicômanos, era conhecida a atração que Paulo Constanteen Helal, o Paulinho, e Dante de Brito Michelini, o Dantinho, líderes do grupo, sentiam por menininhas. Dizia-se, sempre a boca pequena, que eles drogavam e violentavam meninas e adolescentes no casarão e em apartamentos mantidos exclusivamente para festas de embalo. O comércio de drogas era, e é muito enraizado naquela cidade. O Bar Franciscano, da família Michelini, era apontado como um ponto conhecido de tráfico e consumo livres.

Suspeitas sobre a mãe da menina

Araceli vivia com o pai Gabriel Sanches Crespo, eletricista do Porto de Vitória, a mãe Lola, boliviana radicada no país, e o irmão Carlinhos, alguns anos mais velho que ela. Na casa modesta, localizada na Rua São Paulo, bairro de Fátima, era mantido o viralata Radar, xodó da menina, que o criava desde pequenino. Segundo o escritor José Louzeiro que acompanhou o caso de perto e o transformou no livro “Araceli, Meu Amor” – o nome Radar foi escolhido pela garota “para que o animal sempre a encontrasse”. Araceli estudava perto de casa, no Colégio São Pedro, na Praia do Suá, e mantinha urna rotina dificilmente quebrada. Ela saía da escola, no fim da tarde, e ia para um ponto de ônibus ali perto, quase na porta de um bar, onde invariavelmente brincava com um gato que vivia por ali.

No dia 18 de maio de 1973, uma sexta-feira, a rotina de Araceli foi alterada. Ela não apareceu em casa e o pai, num velho Fusca, saiu a procurá-la pelas casas de amigos e conhecidos, até chegar ao centro de Vitória. Nada. A menina não estava em lugar algum. Só restou a Gabriel comunicar a Lola que a filha estava desaparecida e que tinha deixado seu retrato em redações de jornais, na esperança de que fosse, realmente, somente um desaparecimento. No dia seguinte, quando foi ao colégio para conseguir mais informações, Gabriel ficou sabendo que a menina tinha saído mais cedo da escola. De acordo com a professora Marlene Stefanon, Araceli tinha “ido embora para casa por volta das quatro e meia da tarde, como a mãe mandou pedir num bilhete”.

Na véspera, Lola tivera uma reação aparentemente normal ao constatar a demora da filha em chegar em casa. Primeiro, ficou enervada; depois, preocupada. No sábado, tarde da noite, sofreu uma crise nervosa e precisou ser internada no Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia. Ainda no início do processo, acabariam pesando sobre ela fortes suspeitas e graves acusações. Lola foi apontada como viciada e traficante de cocaína, fornecedora da droga para pessoas influentes da cidade e até amante de Jorge Michelini, tio de Dantinho. E mais: ela era irmã de traficantes de Santa Cruz de La Sierra, para onde se mudou tão logo o caso ganhou dimensão, deixando para trás o marido Gabriel e o outro filho, Carlinhos. Não se sabe até onde Lola facilitou ou estimulou a cobiça dos assassinos em relação a Araceli.

Menina era usada no tráfico de drogas

A respeito de Dantinho e de Paulinho Helal, dizia-se que uma de suas diversões durante o dia era rondar os colégios da cidade em busca de possíveis vítimas, apostando na impunidade que o dinheiro dos pais podia comprar. Dante Barros Michelini era rico exportador de café (tão ligado a Dantinho que chegou a ser preso, acusado de tumultuar o inquérito para livrar o filho). Constanteen Helal, pai de Paulinho, era comerciante riquíssimo e poderoso membro da maçonaria capixaba. Seus negócios também incluíam imóveis, hotéis, fazendas e casas comerciais. Já o eletricista Gabriel, seu maior tesouro era a filha. No domingo, ele foi à delegacia dar queixa, onde lhe foi dito que tudo seria feito para encontrar Araceli. Na Santa Casa, ele contou a Lola o resultado de sua busca e falou da garantia dos policiais de que tudo acabaria bem. Lola pareceu não acreditar – e chorou. O escritor José Louzeiro não tem dúvida:

Lola foi, indiretamente, a causadora do hediondo crime de que sua filha foi vítima. “Na sexta-feira, a mando da mãe, Araceli tinha ido levar um envelope no edifício Apoio, no Centro de Vitória, ainda em construção, mas que já tinha uns três ou quatro apartamentos prontos, no 8º andar. A menina não sabia, mas o envelope continha drogas. Num dos apartamentos, Paulinho Helal, Dantinho e outros se drogavam. Ela chegou, foi agarrada e não saiu mais com vida”, conta o escritor.

O que aconteceu realmente com Araceli Cabrera Crespo talvez nunca se saiba. E talvez, seja bom mesmo não conhecer os detalhes, tamanha é a brutalidade que o exame de corpo delito deixa entrever. A menina foi estupidamente martirizada. Araceli foi espancada, estuprada, drogada e morta numa orgia de drogas e sexo. Sua vagina, seu peito e sua barriga tinham marcas de dentes. Seu queixo foi deslocado com um golpe. Finalmente, seu corpo – o rosto, principalmente – foi desfigurado com ácido.

Corrupção e cumplicidade da polícia

Seis dias depois do massacre da menina, um moleque caçava passarinhos num terreno baldio atrás do Hospital Infantil Menino Jesus, na Praia Comprida, perto do Centro da capital. Mas o que ele encontrou foi o corpo despido e desfigurado de Araceli. Começou, então, a ser tecida uma rede de cumplicidade e corrupção, que envolveu a polícia e o judiciário e impediu a apuração do crime e o julgamento dos acusados por uma sociedade silenciada pelo medo e oprimida pelo abuso de poder.

Dois meses após o aparecimento do corpo, num dia qualquer de julho de 1973, o superintendente de Polícia Civil do Espírito Santo, Gilberto Barros Faria, fez uma revelação bombástica. Ele afirmou que já sabia o nome dos criminosos, vários, e que a população de Vitória ficaria estarrecida quando fossem anunciados, no dia seguinte. Barros havia retirado cabelos de um pente usado por Araceli e do corpo encontrado e levado para exames em Brasília. confirmando que eram iguais. Por que a providência? Até então, havia dúvidas que era de Araceli o corpo que apareceu desfigurado no terreno baldio. Gabriel sabia que era o da filha – ele o reconheceu por um sinal de nascença, num dos dedos dos pés. Mas Lola disse o contrário. Assim que se recuperou, ela foi ao IML reconhecer o corpo e afirmou que não era de sua filha. Louzeiro recorda um outro fato a respeito disso, altamente elucidativo. Certo dia, Gabriel levou o cachorro Radar ao IML só para confirmar, ainda mais sua certeza. Não deu outra: mesmo com a gaveta fechada, animal agiu realmente como um radar, como Araceli premonizara, e foi direto à geladeira onde estava o corpo de sua dona.

O delegado muda de opinião

Porém, sem que explicasse o porquê (na noite anterior, ele tivera um encontro com Dante Michelini), Barros Faria mudou de opinião e, ao invés de estarrecer a população de Vitória, provocou riso e deboche por uma lado, e revolta, por outro. O assassino de Araceli, segundo ele, era um velho negro, demente, que perambulava pela Praia do Suá, perto da escola da menina. Começava a escalada de suborno, ou de medo. Coisa que não fazia parte do caráter de um sargento da Polícia Militar, lotado no serviço secreto, e de um vereador do MDB de Vitória. O primeiro, Homero Dias, acabaria pagando com a vida as investigações que fez. Certo de que estava mexendo em casa de marimbondos, o sargento Homero procurava se cercar de muito cuidado durante suas investigações. Tudo que apurava, ele comunicava a seu superior imediato, o capitão Manoel Araújo, também delegado de polícia, em quem confiava. A esposa, Elza, e ao sogro, João Dias, confidenciou certa vez: “Já tenho material para incriminar muita gente. Acho que o capitão Araújo já pode interrogar o filho de Constanteen Helal.”

Repentinamente, Homero foi afastado do caso pelo próprio capitão Araújo e recebeu ordens de perseguir o traficante José Paulo Barbosa. o Paulinho Boca Negra, na ilha do Príncipe. Na operação, Homero foi atingido nas costas e morreu. O próprio Boca Negra diria depois, na Penitenciária de Vitória, até ser calado para sempre, tempos após, com 27 facadas:

“Quem matou o sargento Homero foi o soldado da PM que estava com ele. Eu vi quando ele atirou.”

Evidências apontam para Helal e Dantinho

O vereador era Clério Vieira Falcão, falecido há cerca de seis anos, que travou incansável luta para botar na cadeia os assassinos de Araceli. Ele deflagrou uma campanha, que repercutiu em todo o país, exigindo a apuração do crime e a apuração dos culpados, que apontava: Dante de Brito Michelini, Paulo Constanteen Helal e a amante deste, Marisley Fernandes Muniz, viciada em drogas. O nome dela surgiu no caso graças à paciente investigação feita pelo perito Asdrúbal de Lima Cabral, o Dudu, que, com a ajuda de seu colega carioca Carlos Éboli, também muito contribuiu para que o caso não fosse esquecido. Louzeiro recorda, por exemplo, que certa ocasião Dudu seguiu a mãe de Araceli, Lola, até São Paulo. Ela tinha saído de Vitória vestida praticamente como uma mendiga e, num hotel da capital paulista, vestira roupas elegantes e embarcara num avião para a Bolívia. Motivo: comprar drogas para a gangue dos acusados, mesmo após a morte da filha.

Eleito deputado, Clério Falcão conseguiu formar uma CPI para apurar o caso, que obteve mais resultados que a própria polícia. Ouvida na CPI, Marisley Fernandes declarou que o casarão do Jardim dos Anjos era reduto de festas de filhos de milionários, onde se consumia grandes quantidades de cocaína e LSD.

Ela também disse, mas depois negou, que Paulinho Helal a tinha levado ao local onde estava o corpo de Araceli, num carro onde havia um frasco com um líquido amarelo e luvas. O objetivo dele, segundo a amante, era ver se precisava despejar mais ácido no cadáver para dificultar o reconhecimento. Também convocado a depor na CPI, o perito Carlos Éboli disse que os assassinos deram uma dose excessiva de LSD a Araceli.

O Caso Araceli também fez vítimas do lado dos acusados. Uma delas foi o jovem Fortunato Piccin, um viciado que perdia completamente a razão quando se drogava em excesso. Ele foi apontado pelo capitão Manoel Araújo como suspeito do crime e morreu depois de tomar um remédio trocado, na Santa Casa de Misericórdia de Vitória, da qual Constanteen Helal era provedor. Também há suspeitas de que o próprio Jorge Michelini, tio de Dantinho, tenha sido eliminado por ameaçar contar tudo que sabia. Numa madrugada, o carro que dirigia foi atingido pelo ônibus de uma empresa, cujos veículos só circulavam até meia-noite. Segundo Louzeiro, outros dois assassinados foram um mecânico que prestava serviços para Paulinho Helal e o porteiro do Edifício Apolo.

O corpo de Araceli, segundo as investigações, teria sido levado num Karmann-Ghia do Edifício Apolo para o Bar Franciscano, onde ficou dentro de uma geladeira. Posteriormente, o corpo teria sido conduzido à Santa Casa de Misericórdia, com a cumplicidade do funcionário do serviço de necrópsia Arnaldo Neres, que viraria depois dono de funerária. Finalmente, o cadáver da menina foi deixado no terreno baldio. Muita gente viu e soube do que estava acontecendo durante aqueles dias. Os carrascos de Araceli fizeram tudo quase abertamente, tal a certeza da impunidade. O inquérito policial não passou de uma farsa e o longo processo judicial não conseguiu transformar evidências em provas.

Ainda assim, em agosto de 1977, o juiz Hilton Sily (falecido em abril passado), determinou a prisão de Dante de Brito Michelini e Paulo Constanteen Helal, pelo assassinato de Araceli, e de Dante Barros Michelini, acusado de tumultuar o inquérito para livrar o filho. Em outubro do mesmo ano eles já estavam soltos e o juiz havia sido “promovido” a desembargador. Em 1980, Dantinho e Paulinho foram julgados e condenados, mas a sentença foi anulada. Em novo julgamento, realizado em 1991, os reús foram absolvidos.

O crime já prescreveu. Mas o Caso Araceli é uma ferida que nunca cicatrizou completamente. Mexer com o assunto em Vitória ainda desperta medo, revolta e incredulidade.

Fonte: Pedro Argemiro, revista Crimes Que Abalaram o Brasil

EX-COROINHA SE DIZ ALIVIADO COM A PRISÃO DE LUIZ MARQUES

Fabiano da Silva se diz aliviado com a prisão do Monsenhor Luiz Marques, com quem ele aparece fazendo sexo na filmagem.

A população de Arapicara continua perplexa com o fato. O auditório onde aconteceram as oitivas ficou lotado. Fabiano disse que agora a justiça começou a ser feita. “Estou mais tranqüilo, porque agora estou vendo o trabalho da justiça ser feito colocando por trás das grades que realmente é o culpado”, falou o ex-coroinha.

Fabiano criticou a falta de caráter do monsenhor Raimundo que negou tudo que foi interrogado pelo senador Magno Malta. “Ele mentiu tudo, não foi homem suficiente para falar a verdade”.

O padre Edílson Duarte, também negou todo envolvimento nas acusações, mas depois de ficar frente a frente com os ex-coroinhas, admitiu ter realizado sexo com Fabiano e Cícero Flávio. Edílson Duarte provocou revolta na população arapiraquense quando revelou que era homossexual.

“Ele quando ficou em nossa frente, falou a verdade admitiu tudo que acontecia dentro da igreja. Queremos uma punição mais rápida possível para colocar monsenhor Raimundo atrás das grades”, completou Fabiano.

FONTE: CADA MINUTO

MONSENHOR LUIZ MARQUES É PRESO APÓS ACAREAÇÃO COM EX-COROINHAS

Durante o depoimento do monsenhor Luis Marques, prestado na tarde deste domingo (18) ao senador Magno Malta – presidente da CPI da pedofilia e que desde terça-feira está em Arapiraca (AL) – foram feitas novas revelações sobre o envolvimento de padres com menores.


Marques, que aparece em um vídeo mantendo relações sexuais com um ex-corinha da igreja católica afirmou ter recebido um duro golpe, por parte de quem comeu a sua mesa e citou trechos bíblicos ao contar que estaria sofrendo muito. “Fui condenado e apedrejado, assim como aconteceu com Jesus”, destacou.

Ao ser questionado pelo senador se era homossexual, o monsenhor pediu para não responder a pergunta. Ele confirmou ter participado das cenas mostradas pelo vídeo, que foi destaque nacional no programa do jornalista Roberto Cabrini, no SBT e chegou a ser comercializado nas ruas de Arapiraca.

O monsenhor disse estar arrependido e ao ser colocado frente-a-frente com os ex-corinhas, Flávio, Anderson e Fabiano para uma acareação, confirmou que pagava escola para os meninos com quem mantinha relações sexuais.

Ele destacou que para isso, usava seu próprio dinheiro e não as doações feitas pelos fiéis. O monsenhor negou a acusação de que pegava nos órgãos genitas dos corinhas da igreja quando eles eram menores, mas foi desmentido pelas vítimas.

Os depoimentos estão sendo acompanhados por dezenas de pessoas. Uma mulher chegou a gritar que não acreditava no que os ex-coroinhas diziam e foi avisada por Magno Malta de que seria retirada da sala, caso voltasse a interromper.

A versão de Luis Marques foi confrontada com a do padre Edilson, que foi ouvido novamente pelo presidente da CPI nesta tarde. No depoimento prestado ontem, ele confessou ser homossexual e prometeu ajudar a averiguar o caso, em troca da delação premiada.

Durante a acareação o padre Edilson voltou a afirmar que o monsenhor também mantinha relações sexuais com os ex-corinhas e pediu proteção a CPI. “O monsehor Raimundo é uma pessoa perigosa”, disse. Luis Marques afirmou saber que o padre Edilson matinha relações com menores e chegou a avisar ao bispo de Penedo, o salesiano Dom Valério Breda.

A Polícia Federal realizou buscas na casa do monsehor Luis Marques e encontrou várias garrafas de wisk, vodka e cerveja, que foram mostradas à platéia que acompanhou os depoimentos.

O monsenhor disse que era normal ter bebidas em casa, para oferecer as visitas. Mas, os ex-coroinhas revelaram que ele costumava colocar wisk nos órgãos genitais das vítimas para fazer sexo oral.

Foram encontrados ainda cremes lubrificantes, que aparecem no vídeo sendo usados por Fabiano para ter relações sexuais com o monsenhor. Marques disse que os ex-corinhas pediram R$ 5 milhões para destruir o vídeo, e que depois de 30 dias, após uma negociação feita entre três advogados ele entregou R$ 32 mil ao advogado Daniel Fernandes, para que o dinheiro fosse pago aos jovens.

Porém, eles afirmaram que algumas contas no valor de R$ 500,00 foram pagas, mas que o resto do dinheiro não foi repassado. Os ex-coroinhas contaram que foram ameaçados pelo advogado, que disse ter conseguido mandados de prisão para eles.

Prisão

Mesmo após o pedido de perdão a CPI pediu a prisão de Monsenhor Luiz Marques por pedofilia, sendo ele detido imediatamente, junto com o padre foram presos Maria Isabel, que trabalhava na casa do padre e o seu motorista José Reinaldo, os dois por falso testemunho.

Mesmo com a confissão muita gente se emocionou e chorando pediam para que o padre não fosse preso, mas a grande maioria de disse revoltada com a situação.

FONTE: TRIBUNA POPULAR

JOVEM FILMADO FAZENDO SEXO COM PADRE EM ARAPIRACA DESABAFA E CONTA SUA HISTÓRIA

A Entrevista


Fabiano Ferreira contou que começou morar com o monsenhor quando ainda tinha 12 anos de idade, para ser coroinha e ajudar nos trabalhos da paróquia. Foram oito anos tendo relacionamento sexual e sendo ameaçado, caso contasse para alguém. Para atrair o jovem, Luiz Marques o matriculou na melhor escola da cidade.

“Ele me ameaçava direto caso contasse para alguém o relacionamento”, relatou Fabiano. O horário dos relacionamentos, na maioria das vezes, era após o café da manhã. “Todo mundo na Casa Paroquial sabia da safadeza do monsenhor e quando eu saia do quarto perguntavam se para mim tinha sido bom”, revelou chorando.

O outro amigo de Fabiano, o ex-coroinha Cícero Flávio, vítima do monsenhor Raimundo decidiu filmar a relação sexual, para ter uma prova caso o padre voltasse a fazer ameaças.

“Foram várias vezes que tentei entrar na casa para conseguir o vídeo dos dois fazendo sexo. Nesse dia não tinha ninguém na casa, utilizei uma máscara para não ser identificado. Ele chegou a me confundir com o motorista dele, então é a prova que o motorista sabia de tudo o que acontecia lá na casa”, garantiu Cícero Flávio, autor das imagens.

Ainda de acordo com Flávio, as imagens não foram para extorquir ninguém, eram só para ter uma prova, caso alguma coisa maior acontecesse. “É tudo mentira o que o advogado falou, de que estávamos pedindo dinheiro em troca das imagens. Isso nunca aconteceu”.

Anderson tem 21 anos e é outra vítima do monsenhor Raimundo que segundo ele, utilizava o mesmo procedimento de Luiz Marques, pagando uma escola de boa qualidade, em troca de sexo com o jovem. “Dormi várias vezes na casa de monsenhor Raimundo, até na igreja na hora da missa ele pegava por baixo da batina em meu órgão sexual”, lembrou Anderson.

“O Monsenhor Luiz Marques e o padre Raimundo comentaram que a matéria não iria ao ar porque tinham comprado todo material ao jornalista Roberto Cabrini, mas isso não aconteceu e a sociedade tomou conhecimento de tudo”, destacou Fabiano. Os jovens se defenderam das criticas realizadas por Raimundo nas emissoras de rádio de Arapiraca.

“A Carmelita Leite, fundadora da Casa da Esperança não está relacionada com as denúncias que fizemos. Ela apenas está nos ajudando nessa hora difícil. Queremos que algo seja feito para afastar esses safados da igreja”, desabafou Cícero Flávio.

Na sexta-feira (12), um dia após a repercussão da matéria, o pai de Fabiano Ferreira completou idade nova e falou ao filho. “Esse é o presente que você me dá filho!” disse o jovem lembrando as palavras do pai.

O monsenhor Raimundo afirmou que tudo isso não vai dar em nada e espera ser promovido, nos próximos dias para bispo.

Fonte: CadaMinuto

PADRE DE ARAPIRACA PAGOU R$ 40 MIL PARA EVITAR DIVULGAÇÃO DE VÍDEO DE SEXO COM EX-COROINHA

O monsenhor Luiz Marques Barbosa, 82, ex-pároco de Arapiraca (AL) e investigado por suspeita de abuso sexual de adolescentes, pagou R$ 40 mil em 2009, segundo seu advogado, para tentar barrar a divulgação de um vídeo em que aparece fazendo sexo oral em um rapaz. Algumas das imagens foram divulgadas em março em um programa de televisão.

Daniel Fernandes, defensor de Barbosa, disse que o sacerdote foi procurado no final de 2008 por dois advogados que pediram inicialmente R$ 5 milhões para não divulgar as imagens. Eles falavam em nome de dois ex-coroinhas que acusaram o monsenhor de ter abusado sexualmente deles desde crianças. Um terceiro ex-coroinha é que aparece no vídeo --segundo o monsenhor (título honorífico dado pelo papa pela relevância de sua função), ele já tinha mais de 18 anos na época.
Em junho do ano passado, sempre segundo Fernandes, o religioso relatou a tentativa de extorsão que vinha sofrendo a seu defensor, que passou a negociar os valores.
O acordo firmado entre Barbosa e os ex-coroinhas, segundo Fernandes, previa o pagamento de R$ 32 mil para quitar uma dívida dos rapazes com um agiota, R$ 7.000 para os honorários dos dois advogados e mais uma ajuda pessoal de R$ 500 a cada um. Em outubro, eles voltaram a pedir mais dinheiro e ameaçaram entregar o vídeo a uma emissora de TV.
Segundo Fernandes, o monsenhor não tinha mais dinheiro.
No domingo, Barbosa foi preso preventivamente após depor na CPI da Pedofilia, pois a polícia suspeitava que ele fugiria do país --tirou passaporte recentemente. Ontem, a Justiça decretou a prisão domiciliar.
Fernandes disse que encaminhou em novembro uma notícia-crime ao Ministério Público do Estado relatando a extorsão, à qual foram anexadas as gravações de conversas telefônicas com os rapazes e um recibo assinado por eles. Nas gravações, os rapazes pedem dinheiro a título de compensação pelo abuso sexual sofrido.
Segundo o advogado, nem a Polícia Civil nem o Ministério Público investigam a suposta tentativa de extorsão.
O promotor José de Oliveira Neto, que acompanha o caso, disse que determinou a investigação do caso no inquérito que apura o suposto caso de abuso sexual. Afirmou ainda que tem dúvidas de que se trata de extorsão. A delegada Maria Angelita Sousa, que apura a suspeita de abuso sexual, disse que foi aberto um novo inquérito para investigar a suposta extorsão.

Providências

O bispo da Diocese de Penedo (AL), dom Valério Breda, disse por meio de seu advogado que tomou todas as medidas possíveis diante da suspeita de abuso sexual por parte de três sacerdotes, incluindo o monsenhor. Segundo o advogado, Barbosa foi afastado de sua paróquia já em 2009, após os primeiros rumores sobre ele.

FONTE: FOLHA ON LINE

sábado, 15 de maio de 2010

PALESTRA "ENTENDENDO AS DIFERENÇAS ENTRE PEDOFILIA, ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES"

Convido a todos para participarem da palestra "Entendendo as diferenças entre pedofilia, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes" às 14 h no auditório da Reitoria da UFPA, dia 18 de maio de 2010, Dia Internacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

VISITA AO PRÓ-PAZ

Ontem estive visitando o Pró-Paz juntamente com os colegas Diogo e Vital, da Comissão de Defesa da Criança e Adolescente da OAB/PA. Fiquei sensibilizada ao observar que, embora sem a infra-estrutura necessária, o Pró-Paz vem sobrevivendo na tentativa de estender a mão às crianças vítima de abuso sexual. Os números são assustadores, do início deste ano até hoje, já são 524 casos registrados! Bom, isso sem considerar os casos em que a família omite o fato ou não tem condições de sair do interior para buscar ajuda. Por isso, várias entidades, entre elas a OAB, através daquela comissão, vem mobilizando-se no sentido de atenuar a situação, bem como no sentido de buscar o fortalecimento do Pró-Paz. Estamos nos esforçando.

II SIMPÓSIO DE PSICOLOGIA JURÍDICA

O II Simpósio de Psicologia Jurídica foi transferido para abril de 2011. No dia de ontem a equipe da comissão organizadora (Projecto, ABPJ e PPG-URGS) reuniu-se, sendo definido que o Simpósio acontecerá juntamente com o Congresso Nacional, por serem dois eventos de grande importância para a área. Com a parceria, ficou definido a transferência do evento para abril. Em breve será divulgada a nova data do evento.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Projeto que pune a alienação parental aguarda parecer para entrar na pauta da CDH

Projeto que pune a alienação parental aguarda parecer para entrar na pauta da CDH

Outro projeto com o objetivo de melhorar as relações familiares está tramitando no Senado. É o Projeto de Lei da Câmara (PLC 20/10), de autoria do deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), que aguarda parecer do relator na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS).

A matéria define em lei as ações que caracterizam alienação parental e define as punições. O juiz poderá advertir pai ou mãe que promover atos de alienação; ampliar o regime de convivência em favor do genitor alienado; determinar a inversão da guarda; multar o alienador; ou mesmo suspender a autoridade parental.

O projeto de Regis de Oliveira é resultado da mobilização das entidades em luta por maior qualidade na convivência entre membros de famílias desfeitas. Em 2009, foi aprovado pela Câmara na forma de substitutivo da deputada Maria do Rosário (PT-RS).

Paim já se manifestou a favor da aprovação em discurso pronunciado para lembrar o Dia Internacional de Conscientização sobre a Alienação Parental, comemorado em 25 de abril. A data foi estabelecida por associações de luta por direitos de pais e filhos separados de Portugal, Espanha, Estados Unidos e Brasil como iniciativa visando chamar a atenção para um fenômeno também conhecido por "Implantação de Falsas Memórias" e "Abuso do Poder Parental". É mais comum do que se imagina, segundo os estudiosos do assunto.

A alienação parental é caracterizada como a influência ou pressão, sem justificativa, que uma criança ou adolescente recebe para que comece a ter restrições em relação a um de seus genitores, passando o próprio filho, com o desenrolar da campanha difamatória, a ter papel ativo na alienação. Daí pode decorrer tanto o afastamento entre filhos e pais quanto o desenvolvimento de sentimentos negativos daqueles em relação a estes, como ódio e indiferença. O responsável pela identificação desse dano psicológico surgido no seio de relações em degeneração ou já desfeitas foi o professor da Divisão de Psiquiatria Infantil da Universidade de Colúmbia (EUA) Richard Gardner, em 1985.

De acordo com o jornalista Carlos Dias Lopes, especializado em Saúde Coletiva e diretor da Associação pela Participação de Pais e Mães Separados na Vida dos Filhos (ParticiPais), é necessário pelo menos um triângulo para se verificar a alienação parental: o alienador, o alienado e o filho. O alienador é a pessoa que, por algum motivo, pretende deliberadamente que o filho tenha restrições a um de seus genitores. O promotor da alienação pode ser a mãe, o pai, avós ou qualquer outra pessoa que tenha grande convívio e influência sobre a criança ou adolescente. O alienado é o genitor que invariavelmente não convive com o filho.

- É necessário que aja algum afastamento entre o filho e o alienado, espaço no qual será construída a imagem negativa do segundo explica Lopes, autor do livro "Pais que Querem ser Pais" (Ed. Clube de Autores, 2009).

Os especialistas enfatizam que o termo alienação parental só é aplicável nas situações em que o pai ou mãe alienado realmente não apresenta nenhum dos comportamentos que possa justificar qualquer acusação. Ainda segundo os estudiosos, o ápice das campanhas de acusações infundadas a que o alienador pode chegar é apontar que o pai abusou sexualmente dos filhos.
Fonte: Agência Senado

domingo, 9 de maio de 2010

ARTIGOS

Em breve postarei meus artigos sobre abuso sexual, alienação parental, etc. Aguardem.

II SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE PSICOLOGIA JURÍDICA

24 a 25 de setembro de 2010 em Porto Alegre - RS (Hotel Continental).

REUNIÃO COM PRESIDENTE DO TJE

Pessoas, para quem luta para o fortalecimento das redes de apoio e criação de novos instrumentos no combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes, vai uma boa notícia. No último dia 06, várias entidades se reuniram com o presidente do TJE para entregar cópia do relatório final da CPI da pedofilia e, para reivindicar várias medidas, entre elas, a criação de uma Vara e uma Câmara especializada para recebimento de processos desta natureza. Na oportunidade estive representando a OAB/PA e estou apostando que a Vara vingará!

ADOÇÃO POR CASAL HOMOAFETIVO

Após a publicação dos meus comentários sobre adoção por casal homoafetivo no dia 29 de abril em O Liberal, algumas pessoas me perguntaram se algum casal homoafetivo em Belém já conseguiu tal façanha. Bom, que eu saiba não há registro, mas a adoção neste contexto pode ser pleiteada, mesmo que a legislação não a preveja. Vale ressaltar que a recente decisão do STJ neste sentido abriu um precedente muito importante!

FILHOS PODEM SOFRER DE ALIENAÇÃO PARENTAL

Agradeço o carinho recebido após a publicação de minha entrevista em O Liberal no dia 02 de maio sob o título "Filhos podem sofrer de alienação parental". Estou à disposição para dirimir quaisquer dúvidas.

FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: novos arranjos familiares

Ontem, véspera do dia das mães, palestrei em um evento da Escola Montessori 21 sobre os novos arranjos familiares. Embora a Constituição tenha avançado ao reconhecer a união estável e a família monoparental como entidades familiares ao lado do matrimônio, ainda há o que avançar quanto ao reconhecimento de outros arranjos que vivem à margem da lei, como a família homoafetiva e a anaparental.

sábado, 8 de maio de 2010

DIA 18 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DO COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

Estarei palestrando novamente na UFPA no dia 18 de maio sobre pedofilia, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no auditório da Reitoria da UFPA das 14 às 16 h. Aguardo vcs!!!

ALIENAÇÃO PARENTAL - FALSA ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL

Ontem fui procurada por uma senhora cujo filho foi vítima de falsa acusação de abuso sexual contra sua filha de 06 anos. Infelizmente, situações como esta são frequentes. Isto me fez refletir acerca da importância do conhecimento, conscientização e sensibilidade que os operadores do Direito devem ter ao se depararem com um caso desta natureza. Também, percebo que ainda há muito a avançar quando o assunto é alienação parental. Vamos torcer para a aprovação do Projeto de Lei 4.053/2008 no Senado!